Cabrela: apaixonado por ela!
Não lhe pertenço, eu sei. Não lhe sou nada, não fiquei, mas é uma terra apaixonada! Vivi as gentes naquele dia, e são as gentes que fazem as terras, que as compõem com vida, com amor, com garra, com fervor!
Cheguei cedo, correndo. Haviamo-nos feito à estrada, ainda escuro, de madrugada. O nascer do sol, a caminho de Cabrela, o silêncio da noite, aguardando por ela. Pés no chão, corpo em movimento, a amizade que se vive, que se partilha num momento.
Cada rua uma memória para contar, dos que ali sempre viveram e dos outros, que por arriscar, partiram, viveram, querem voltar. As crianças enchem o largo de alegria e os preparativos da festa são uma constante. Esta gente é delirante. Contente. Vibrante.
Há uma força de Cabrela, que está nas gentes, que são dela, um saber amar quem chega, um abraço largo num sorriso tão fácil, próximo, genuíno. A terra são as pessoas e toda a Natureza a viver, mais os campos a perder de vista, que se abrem numa conquista e continuamos a correr...
Cabrela tal qual a filhós, forte no contacto, doce no afeto, um toque de mão que potencia a tradição, que acolhe, que recebe, que envolve e que deixa saudade, ali, no mesmo momento em que chegamos, em verdade...
À volta do povoado, campo dentro, cansado, capaz de continuar porque quero ali deixar, a minha presença neste dia. Somos tantos, estamos juntos, chegamos longe. Voltaremos para agradecer, ali, onde tantos a tratam bem, para que ninguém se esqueça também, deste lugar para viver.
Sei que ficou Cabrela, e eu voltei apaixonado, uma terra como ela, pertenço-lhe em qualquer lado...
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