Dentro do mundo

Mundo dentro

 

E ela perguntou: - Como está o mundo? Como está lá fora esse mundo de todos os dias? Sorrindo respondi: O mundo somos nós e as nossas coisas todas! E todas as coisas que nos chegam, e todas as vezes que decidimos, e todas as pessoas que somos, que temos, que queremos. Assentiu sorrindo, com aquele olhar de desafio que lhe conheço tão bem, faz tanto tempo, deixa tanta marca na vida, do qual tinha saudades já.

Mordeu o lábio e voltou a perguntar: - Então como está o teu mundo? Esse espaço sem tempo prévio, esse todo nós em ti, e essas todas as coisas que somos e que temos, e que queremos em nós? Está bonito, como aqui vês, como aqui o tens e como aqui nos tens, em esplendor na tua casa, contigo e com as tuas coisas, mundo que vem ao encontro do teu, tão bonito como o meu...

O mundo, essa generalidade continuava a pulsar lá fora, em todo o seu redor, em toda a volta da Terra redonda de se ver e sentir.  O mundo, o outro mundo para lá dos muros, girava, longe de casa, das nossas casas, mas aqui, o conforto de quem regressa e se encontra entre portas, entre um cheguei agora e vou de seguida. Entre um estou aqui e assim ficarei.

Aqui dentro apenas nós e o silêncio, e as gargalhadas que damos, e os abraços que somos. E todas as estórias, de todos os tempos, de tantos que connosco foram mundo, são mundo, estão no mundo repleto das suas coisas, longe das suas casas, perto do nosso mundo.

A minha vida nas tuas mãos, o meu futuro nos teus braços, nas tuas orações. Sorrisos eternizados na tua casa, no teu mundo. A felicidade não existe sem encontro, não existe sem promessa, não existe sem mundo dentro. O nosso mundo, é o mundo lá de fora envolto nas palavras aqui de dentro. O nosso mundo, é o mundo lá de fora, espreitado daqui pelas frestas do tempo que passa. O mundo é agora.

E seguimos caminho. E o mundo ficou...