O risco de Deus

Risca-te


Quantas vezes não vamos? Quantas vezes não fazemos? Quantas vezes não arriscamos? Algumas, talvez demasiadas... Desta vez voltamos sujos, arranhados, cansados, mas com as mãos cheias de doçura. Fomos para viver este tempo de férias que se esgota, para teimosamente insistirmos em mais um momento juntos. Ali tão perto, uma oportunidade das coisas simples e bonitas. - Tantos picos pai! Como vamos conseguir desta vez? Vamos que vamos, vamos a ver...

Pois os picos, esses engulhos da vida que nos trocam e tramam. Vamos lá, com todo o cuidado, mas mesmo que te piques, aprendes com isso, e na próxima vez vais melhor defendido.  - Eu não sei se quero? Queres pois, vá lá, olha para o teu irmão, está um especialista!  - Posso segurar na caixa? Podes, podes, mas não vais querer fazer só isso, tenho a certeza.

Quem colocou aqui as amoras? Foi "O Deus"? Para que os passarinhos tenham comida? Foi sim, foi Deus. É Deus quem dá, mas és tu quem vê, e quem tem, e quem toma, e quem decide, e quem prova, e quem gere e quem defende e quem arrisca. Deus na verdade não dá, proporciona que tu queiras, deixa que tu faças, anseia para que entendas, e respeites, e construas, e te dês também.

As amoras são hoje para nós. - Então posso apanhar? Claro, claro que podes, vais ver que é uma prova que vais conseguir superar. - E posso provar já esta? Podes sim, como se fosses um passarinho, prova, prova-te, arrisca. 

- Temos a caixa quase cheia mãe! E a vida, e a vida quase cheia, repleta de provas de que Deus não é o que existe, mas aquele que faz com que tu queiras existir, mesmo que isso queira dizer que te picas, arranhas, sujas e cansas, sobretudo por isso...

 

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