O toque do laço
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O toque do laço |
Muitas vezes damos por nós a ser
observados pelos meninos enquanto damos um abraço. Quando o beijo se precipita,
eles correm para nós e querem partilhar o laço que fazemos. O benjamim fica
envergonhado quando nos vê tão próximos. O mano mais velho sorri de forma
malandra e diz: vocês são namorados, é isso? É isso, mais ou menos…
O tempo de namoro foi largo, demorado
sem ser aborrecido. Agora temos menos tempo. Os beijos surgem entre uma divisão
e outra da casa, quando nos cruzamos no corredor, de manhã na casa de banho, ao
deitar enquanto olhamos os nossos filhos que já dormem, quando saímos para o
trabalho, quando regressamos a casa. Beijos curtos. Abraços maiores e quase
sempre com o resto da pandilha a querer subir pelas nossas pernas.
Estamos enlaçados quando tocamos
o outro e ficamos com vontade de entrar em slow motion logo ali. Estamos enlaçados
quando não temos grande tempo para nos “olharmos” mas continuamos a fazê-lo,
mesmo que para isso tenhamos que fechar os olhos um pouco, durante o trabalho,
e imaginar a face, os olhos, lembrar como soa a respiração e trazer para nós o
cheiro do cabelo.
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