Quando o fim é principio



Fim que não termina

Tudo tem um fim mas tudo começa depois disso. Nada termina sem que oportunidade nos seja dada de recomeçar ou começar noutro sentido. Grandes inícios surgem após fins que não queremos que aconteçam, desde as mais pequenas coisas dos dias, até aos fundamentos da nossa vida.

As férias terminaram, da mesma forma com que se iniciaram, em alegria, em encontro, em aceitação. Os dias de não trabalho foram, têm sido em nós, dias em que estamos ao serviço uns dos outros. Despachamos conversa em dia, catalogamos as últimas descobertas em conjunto, reunimos em torno de novas experiências, avaliamos o que sentimos. Sem horários, sem dias nem calendários, sem pressas, sem desculpas, com a demora natural de quem se deixa encantar pelo mar.

Demos por nós a olhar o Rio Tejo, a olhar Lisboa, a olhar a vida. E demos por nós a fazer isso aos pés de Cristo. Atrás de nós, olhando no mesmo sentido, olhando para nós e para a forma como vimos a vida, a cidade, o rio e os outros, olhando por nós, pequeninos que somos cá em baixo. Ele é a Porta sempre aberta e nós iniciamos a vida de todos os dias, mesmo que o fim das férias seja uma presente saudade dos dias sem tempo marcado.

No fim de contas, estamos prontos para mais um principio, mais um ano escolar, de trabalho, de escutismo, de catequese, de nós em nós, de nós nas coisas que fazemos por principio. O fim vale o esforço e queremos assim continuar a olhar os dias à nossa frente, acreditando que amanhã, nos outros dias de nós, a Porta continue aberta, os braços prontos para abarcar a cidade e os olhos, colocados lá ao alto, continuem a olhar por nós... 


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